quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dos ultimos tempos...

Muitas coisas se passaram desde a ultima vez que aqui escrevi.
O ultimo tratamento não deu qualquer resultado. Os óvulos eram excelentes, as análises mostravam que estava tudo perfeito para levar uma gravidez avante. Mas, apesar de termos feito tudo "direitinho", mais uma vez o periodo apareceu não dando margem para dúvidas.
Tive depois nova consulta dia 14 de Junho, em que o Dr. S. voltou a questionar as minhas trompas que, apesar de uma histerosalpinografia com resultado normal, sempre o deixaram desconfiado. Tinhamos falado anteriormente da laparoscopia exploratória e já não saí de lá sem ter dado entrada dos papeis para a mesma. Dependendo do resultado logo se veria o que fazer, mas falou-me já na FIV, talvez para nos ir preparando.
Acabei por ser operada dia 13 de Julho. Correu tudo bem, tive uma recuperação rápida, nunca tive dores, apenas alguma limitação de movimentos como, por exemplo, baixar-me. A médica que me deu alta falou qualquer coisa acerca de uma das trompas estar obstruída (não percebi total se parcialmente), mas deixou todos as outras considerações para o Dr. S.
E, por causa das férias, só consegui marcar consulta para 20 de Setembro. (O que não é mau de todo - tenho andado ocupada com um projecto profissional que nem me tem deixado parar para pensar muito em bébés - e por outro lado estou quase a ir de férias e depois é a consulta e logo se vê o que o Dr. S. diz!)

Entretanto voltou a vir-me o periodo dia 1 de Agosto, com 2 dias de hemorragias enormes, que presumo terem alguma coisa a ver com a laparoscopia (ou não). O que interessa é que já voltou ao normal.
Não sei qual vai ser o caminho depois de 20 de Setembro. Talvez a FIV, que o Dr. S. não é medico de atirar diagnósticos para o ar, e se ele falou nisto, algum fundamento há de ter. Cá estarei para o que se seguir. Não me sinto triste, nem decepcionada, nem desiludida.
Encaro este problema como se fosse qualquer outro problema de saúde, e farei tudo o que conseguir para o superar. Mas não paro a minha vida por causa dele. Não posso nem quero.

Entretanto nasceu o meu "sobrinho" G., o meu afilhado fez 1 ano, a minha amiga R., mãe do meu afilhado está novamente grávida, e tenho sabido de mais uma mão cheia de gravidezes felizes. E fico feliz por todas elas. Porque me contam, porque partilham comigo esses momentos fantásticos sem hesitações ou medos.

Sempre tive uma atitude muito positiva em relação à minha (in)fertilidade. E ultimamente tenho sentido - e cada vez mais forte - que nunca vou ter um filho. Curiosamente não fico mais triste por isso. Dou por mim a aceitar pacificamente essa possível condição, a enumerar vantagens de não ter filhos, a absorver cada momento com os bébés das minhas amigas e a "despedir-me" das crianças que possivelmente nunca terei. Chamem-lhe mecanismo de defesa.
Fiz mudanças cá em casa. Deixei de ter um escritório meio preparado para se transformar em quarto de bébé, e alterei-o para um espaço de trabalho/quarto de hóspedes muito mais funcional e que serve realmente as nossas necessidades actuais.

Estou agora quase a ir de férias. Depois disso começo a pensar na minha consulta. Mas nessa altura já só faltará menos de 1 mês. E isso passa a correr.