quarta-feira, 13 de abril de 2011

Da fertilidade dos outros...

Ultimamente é como se andasse anestesiada. Os amigos grávidos sucedem-se uns atrás dos outros, e todos como muito pouca sensibilidade na maneira como me dão a notícia. Sinto-me feliz por eles. A sério que sinto. Por não fazerem a mínima ideia do que é passar por isto. Deste aperto que se sente, deste nó na garganta que fica depois de alguém nos dizer "Estamos grávidos". Porque se somos amigos, e sabendo eles da nossa situação, custava muito dizerem-nos que estão a tentar, ou darem-me a notícia em privado, em vez de me fazerem passar pelo tormento de ter de sorrir e dar beijinhos aos futuros papás, quando naquele momento o que preciso é de respirar fundo e deixar que a notícia penetre na minha mente antes de conseguir esboçar o primeiro sorriso. Porque na mesma semana ficar a saber de mais 3 bebés a caminho, e de sérmos agora os únicos sem filhos não é fácil. Porque não são só os bébés a caminho. São as comversas que agora só giram à volta de roupa de grávida, sintomas de grávida, barrigas, ecografias, consultas, toxoplasmose, o melhor carrinho, onde comprar o berço, as fraldas, as cadeirinhas, as lojas com as roupinhas mais bonitas.... Porque o difícil, não é ficar feliz com a felicidade dos outros. Mas eu não posso nem quero tomar partes nestas conversas e fingir que fico bem com isto. Porque na realidade não fico. Quase que é caso para dizer"Procuram-se novos amigos. Sem filhos. Para manter a sanidade mental."