terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A espera

Já se passou a punção. E já se passou a transferência. Neste momento 2 embriões estão comigo. E eu aguardo.
No dia da punção, dia 16 de Janeiro foram-me retirados 7 ovócitos. A punção foi difícil, demorou o triplo do tempo habitual porque, segundo o médico os meus ovários "fugiam" de cada vez que os tentavam puncionar para retirar os ovócitos. Foi preciso que as enfermeiras me fizessem pressão na barriga para ajudar no processo. Acordei cheia de dores - coisa que nunca tive na 1º punção - e tive de ser medicada. Depois tive ainda uma quebra de tensão quando fui à casa de banho e estava a ver que caía redonda no chão. Valeu-me o meu bom senso de chamar a enfermeira e de colocar imediatamente a cabeça entre as pernas. Como se não bastasse, nunca mais tinha contade de fazer xixi (não nos deixam vir embora sem fazer xixi) e levei dose reforçada de soro e ainda uma medicação qualquer. Resultado, quando deu resultado, tive de ir ao wc de 10 em 10 minutos...
Mais uma vez termos tido uma taxa de fecundação de 100%, mas, ao fim de 24 horas 2 dos embriões foram logo eliminados por estarem com anomalias genéticas. Ficaram 5.
Fizemos a transferência dois dias depois, na sexta-feira dia 18 de Janeiro, de 2 embriões de, segundo a bióloga de excelente qualidade. Ficaram 2 para observação até ao 5º dia para serem congelados e outro foi eliminado por estar com celulas anormais e com fragmentação.
Entretanto vim para casa com 5 dias de repouso e calma. Ao fim desse tempo uma vida normal sem esforços e sem me cansar, tal qual como se estivesse grávida.
Entretanto os nosso embriões que ficaram em observação acabaram também por ser eliminados e mais uma vez ficamos sem nenhuns para congelar. Queria muito ter ficado com essa "rede" de segurança, mas há coisas que não pudemos controlar.
Tenho algumas dores e pontadas, mas nada de especial. Não sei o que sentir. Não quero ser negativa, mas sei o que custar saber que não conseguimos o positivo. Passei por isso uma vez e gostava de não voltar a passar. Está nas mãos de Deus, e eu só posso mesmo esperar por dia 30 de Janeiro para fazer o exame de sangue que dirá o veredito.
Continuo à espera. E esta espera "mata-me!"

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E entretanto já se passou mais de um ano...

Muito aconteceu desde a ultima vez que aqui escrevi.
Continuamos sem bebés. Mas eu também não me sinto a mesma pessoa que aqui escrevia.
O nosso primeiro tratamento - do qual estava tão ansiosa em setembro de 2011 - e que aconteceu em Novembro desse mesmo ano, não chegamos sequer à punção. Iniciamos um protoculo curto para uma FIV, mas fiz uma hiperestimulação e o tratamento foi cancelado, com o meu ovário direito bastante aumentado e com um pequeno derrame. Tudo passou e não sofri nenhuma consequencia desse problema. Como o tratamento foi cancelado antes da punção, também não é contabilizado nos três tratamentos possíveis que podemos fazer no sistema nacional de saúde. (SNS).
Em 2012 veio um novo tratamento. Em abril. Injecções de Puregon, Olgalutram, ecos de controle e análises. Desta vez, e por causa d a hiperestimulação de novembro, o médico foi com calma. Tanta calma que os folículos estavam lentos no seu desenvolvimento e a estimulação demorou um pouco mais do que o previsto.
Mesmo assim chegamos à punção. 5 óvulos em perfeitas condições. Fiquei triste porque achei poucos e queria pelo menos a possibilidade de poder ficar com embriões congelados, coisa que acabou por não acontecer. Só no dia seguinte à punção contamos aos pais e restante família do tratamento e da taxa de fecundação.Seguia-se a transferência de embriões.
Dos 5 óvulos todos fecundaram e se começaram a dividir, Uma taxa de 100% que muito animou a equipa médica e biologas.
Ao segundo dia um dos embriões é descartado por fragmentação e ao terceiro dia depois da punção fiz a transferência de 2 embriões de classe B. Dos restantes dois um fica pelo caminho e o terceiro, no dia seguinte é também posto de parte.
Aguentei em casa sem nenhum tipo de esforços e com o mimo de todos, principalmente do marido e da mana, os 15 dias até ao beta hcg, para confirmar ou não a gravidez.
A meio do tempo percebi que não tinha sido desta vez que tinha ficado grávida. Comecaram as minhas enxaquecas habituais antes do periodo. Certinhas como sempre: 1 semana antes. E nesse dia chorei que me fartei pois sabia que neste ponto tinhamos chegado ao fim. Chorei, parei e ergui a cabeça.
Na sexta-feira, (faria a análise na segunda) faço um teste de urina em casa para confirmar as minhas suspeitas. Claro que deu negativo. Não derramei uma lágrima e sabia que estava preparada para o médico me chamar com o resutado na segunda-feira seguinte.
De domigo para segunda, antes mesmo de ir fazar a análise o periodo chega. Mesmo assim faço a análise para confirmar e juntar ao processo.
Continuo sem chorar. Na verdade também não me apetecia chorar. Falo com a médica que estava surpreendida com a minha reacção e falamos nas expectativas para o próximo ano. Tinha tudo para correr bem, mas não correu. Para o ano há mais.
Percebi que tinha 8 meses pela frente sem me preocupar em engravidar. Não queria recorrer já ao privado e fazer outro tratamento. Naquele momento não queria sequer ouvir falar da possibilidade de fazer outro tratamento. Precisava de me preocupar com outras coisas. Durante um mês tinha vivido apenas e só a pensar na gravidez. Agora já chegava.
Decidi preocupar-me comigo. Perdi cerca de 8kg porque sei que menos peso ajuda a conceber e também a melhorar os meus ovários políquisticos. Fomos passear. Sem nunca pensar me bebés, sem mágoas, sem dores, sem tristezas.
Depois do primeiro tratamento falhado, mudei radicalmente a minha forma de ver as coisas. Se tiver de ter um bébé terei. Mas se isso não acontecer sei que serei feliz na mesma, de outra forma, mas feliz na mesma. Deixei de me centrar tanto nisso e passei a viver muito melhor, comigo e com os outros.
Em novembro de 2012 sou novamente chamada para ver se está tudo bem, e é-me dito que o meu processo irá a reunião e que serei novamente chamada para iniciar tratamento logo no início de 2013.
Em dezembro tenho nova consulta onde me é dada a folha de tratamento para iniciar o protoculo curto para FIV assim que venha o periodo.
Dia 1 de Janeiro de 2013 vem-me o periodo e começo com as injecções de Puregon dia 3 de Janeiro - 150 unidades.
A primeiro eco de controle é realizada segunda-feira dia 7 de Janeiro. Tudo a correr bem, 7 folículos no ovário esquerdo, e 10 no ovário direito, com 3 óvulos a começarem a destacar-se.
Pela primeira vez, depois de outros dois tratamentos, tudo estava a correr bem desde o início. Nem fiu um ferrari (como disse o Dr. S aquando da hiperestimulação, porque "disparei" logo com as primeiras injecções de Puregon, nem fui lenta, como no nosso primeiro tratamento completo!)
Manter as 150 unidades até sexta-feira, dia 11 de Janeiro. E começar o Orgalutran na quarta-feira de manhã.
Amanhã haverá mais novidades. Para o que der ou vier!