quarta-feira, 24 de abril de 2013

É um rapaz: 16 semanas e nova consulta

Na segunda feira, dia 22 de Abril foi altura de mais uma consulta com a nossa obstetra.
Estava muito ansiosa! Primeiro porque podiamos falar melhor acerca do rastreio bioquimico positivo, da amniocentese e porque sabia que ia fazer nova ecografia (e tinha medo de mal, que confirmasse o rastreio pudesse ser diagnosticado!)
A primeira coisa a fazer - depois das habituais pesagens e medição da tensão arterial, tudo normalíssimo - foi a ecografia. Logo nas primeiras imagens, a criança abre as pernas e com toda a sua glória "mostra-se". Não deixou a mínima dúvida de que é um rapaz bem fornecido.
E depois a minha querida Drª MJ lá viu tudo e mais alguma coisa, com muita atenção: todos os orgãos, todas as medições, e procurou sinais de que alguma coisa pudesse estar mal. Tudo normal, tudo "muito bem", usando palavras dela, um belo rapaz com 129 gramas, otimo para as suas quase 16 semanas (na segunda tinha extamente 15 semanas e 6 dias).
E depois falou-me na enorme quantidade de falsos positivos, de não estar preocupada, de não ter medo da amniocentese, de repousar. E disse-me também que quase de certeza que ia ser um falso positivo. Se fiquei mais calma? Claro que sim. Mas mesmo assim o medo, a ansiedade, o receio de que o positivo seja mesmo um positivo só vão mesmo passar com o resultado da amniocentese.
Entretanto a ecografia confirmou a placenta baixa e prévia, o que significa que tenho de continuar a ter imenso cuidado com os esforços fisicos porque tenho uma maior hipotese de hemorragias e que, se a placenta não "subir" com o aumento uterino, já sei que não me livro da cesariana.
Mas eu aguento a placenta prévia, e a cesariana desde que esteja tudo bem com o meu rapazinho. Só quero que segunda feira dia 29 chegue depressa para fazer de uma vez por todas a amniocentese e, se Deus quiser, poder finalmente respirar de alívio e (re)começar a viver esta gravidez tão desejada e tão difícil de conseguir!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O medo e as incertezas

Desde a notícia do rastreio bioquimico positivo que as coisas têm andado mais ou menos.
Por um lado, partilhei com muito poucas pessoas esta nova informação. E o que todos me gostam de dizer é que não conhecem nenhum caso de um rastreio bioquimico positivo que, depois da amniocentese feita tenha dado em alguma anomalia. E que um rastreio é só um rastreio, uma probabilidade aumentada que, em vez de 0,001%, passa para 1% e que se mantêm uma baixissima probabilidade na mesma apesar de se seguir para uma amniocentese.
Mas tenho um medo horrível do pior. Da incerteza de não saber. Do quase. De deixar todos à minha volta continuarem a amar este bebé sem lhes conseguir contar que há uma enorme incerteza pelo meio. Mas esta angústia que sinto, e estas 2 semanas que ainda faltam para fazer amniocentese não me deixa contar. Não quero que os meus pais, a minha irmã ou os meus amigos sintam também esta terrível incerteza, estes dias de espera que não passam. Quando chegar a hora, e se o pior se confirmar, obviamente que contarei. Mas para quê fazê-los passar por mais 3 ou 4 semanas de angústia?
Confesso que os ultimos dias têm sido mais fáceis de lidar, principalmente se pensar apenas nesta questão de uma forma matemática. Sendo assim, a probabilidade é realmente pequena e parece que fico mais descansada. E depois penso em como tudo estava óptimo na ecografia das 13 semanas e como esses 2 pequenos marcadores ecográficos, assim como a minha idade ser ainda inferior à de maior risco, me dá 90% de probabilidade de não ter um bebé com trissomia 21.
Não são certezas, longe disso, são ajudas para conseguir passar estes longos dias que faltam até dia 29, mais os dias que demorará a sair o resultado.
Mas hoje, hoje foi um dia mau. Acordei triste e a pensar no pior, quase sem esperança. Acordei derrotada e com vontade de chorar.
Há umas semanas atrás, quando andava com a paranoia dos abortos retidos, houve um dia em que depois de estar a pensar em coisas estúpidas, fui inundada por uma enorme calma. Assim como se tivesse a certeza de que tudo ia correr bem. E naquele momento tive a certeza de que os meus medos com o aborto retidos me estavam a impedir de viver em pleno a minha gravidez. E isso bastou-me para perceber que eram infundados e que TUDO ia correr bem. A única coisa que quero é pensar e sentir, e principalmente acreditar em relação a este rastreio positivo que me tirou novamente a alegria de viver esta gravidez tão desejada, que TUDO vai correr bem.O futuro pai acredita e eu quero muito acreditar com ele!
Mas a nuvem negra, a núvem da trissomia e da interrupção da gravidez não me deixa...

terça-feira, 9 de abril de 2013

14 Semanas e rastreio bioquímico positivo

O que nenhuma futura mãe ou futuro pai querem ouvir. Aquela chamada que dizem só acontecer se algumas coisa estiver mal. E as palavras rastreio positivo, amniocentese, falsos positivos, esperar o melhor, todas no mesmo telefonema que nós, entretanto deixamos quase de ouvir, para simplesmente começarmos a chorar, a fazer festas na barriga e perguntar porquê.
Tudo isto aconteceu. Ontem, na véspera de fazer 14 semanas, o telefonema da minha obstetra para me informar que, apesar de uma ecografia com TN normal e presença dos ossos do nariz, o nosso rastreio bioquímico tinha tido um valor positivo. Isso significa uma probabilidade acima da média de poder vir a ter um bebé com trissomia 21. Não há certezas de nada, apenas uma probabilidade maior. Certezas só com a amniocentese.
Mas a aminocentese só pode ser feita a partir das 16 semanas. Faltam pelo menos 2 semanas. E o resultado demorará entre 2 a 4 semanas. Temos pelo menos um mês e meio de incertezas, de medo, de esperar o melhor mas prepararmo-nos para o pior.
Dizem que coração de mãe sabe. Pergunto-me agora se não seria por causa disto que nunca quis comprar roupas para o meu bebé, que não queria que me oferececem ainda nada para o bebé, que não queria a minha mãe a fazer mantas e lencois, e babetes e toalhinhas. Se não seria por perceber já que alguma coisa não estaria bem que nem queria dizer a ninguém que estava grávida, que pedia segredo, que tinha tanto medo de perder o meu bebé e que pensava em aborto retidos. Não sei, mas sempre ouvi dizer que coração de mãe sabe.
E eu conheço os casos de falsos positivos. Que tiveram os rastreio positivos e que depois da amiocentese os resultados estavam normais, que não passaram de sustos. Sei que são mais até do que aqueles com desfechos menos positivos que levaram à interrupção médica da gravidez.
No entanto o meu coração de mãe está aflito. E eu sinto-me neste momento a pessoa mais infeliz do mundo. O meu maior desejo está em "pause".
Demorei várias semanas a coseguir relaxar, a pensar que tudo ia correr bem, a conseguir imaginar o meu bebé. Demorei várias semanas a acreditar na minha garvidez. E agora, que o primeiro trimestre tinha chegado ao fim, que a ecografia só nos tinha trazido boas notícias e que eu conseguia finalmente respirar de alívio, o meu mundo caiu. E eu estou aqui num equilibrio muito, mas muito precário a tentar segurá-lo. E tenho de ficar assim 6 longas semanas...
Tenho medo do telefonema que confirme os meus maiores receios. Não sei como vou suportar uma interrupção da gravidez do meu bebé. Não quero que ele sofra, só o quero comigo e poder protegê-lo de tudo...e não posso. Não consigo parar de lhe pedir desculpa. Desculpa filho.
O que fazemos quando amamos tanto um bebé, quando desejámos tanto um bebé, quando lutamos tanto e tantos anos por um bebé e agora vimos, à frente dos nossos olhos a possibilidade de ter de rejeitar esta criança. De rejeitar quem já amamos, rejeitar quem já tem um nome, uma família, uma vida iniciada. Rejeitar um filho que já existe para nós. Como se ultrapassa isto?
Não sei como enfrentarei a desilusão dos meus pais, avós, sogros amigos e família ao dizer-lhes. A dor que não é só minha(nossa) mas que também será deles.
E depois, será que vou conseguir recomeçar? De passar por tudo novamente, sei lá durante mais quantos anos sempre com este desfecho na cabeça?
Eu sei que nada disto poderá acontecer, e que também se poderá dar a possibilidade de ter um desfecho positivo, connosco a respirar de alívio. Mas neste momento só tenho incertezas e medos.
A minha médica apesar de uma querida, e de ter sido ela a telefonar-me com a notícia, e a dizer-me que podia ser um falso positivo, não me falou de possibilidades. Nem me quis dizer o meu valor do rastreio. Disse-me só que se é positivo é positivo e não interessa os valores, só interessam agora as certezas da amniocentese. E disse ainda que se o resutado fosse mesmo o pior eu quereria saber. Para isso é que servem os exames e os rastreios. Não sei se me disse isto porque os resultados são mesmo maus, ou porque não vale a pena preocupar-me com um exame de probabilidades. Fiquei sem perceber, mas agora nem quero perceber. Quero apenas que estas semanas passem depressa.
(A curiosidade foi que, na sexta-feira mandaram-me ir à maternidade repetir o rastreio bioquímico. A desculpa que o meu sangue se tinha extraviado. Fiquei com a "pulga atrás  da orelha". E afinal tinha razão. Acharam os resutados do exame muito baixos e quiseram repetir para confirmar. Mas deviam ter-me dito a verdade depois de eu ter perguntado várias vezes se estava mesmo tudo bem.A minha obstetra confirmou o pedido de repetição do exame, o que me leve a crer em resultados mesmo muito maus!)

Hoje por uns segundos, quando acordei, depois de uma noite muito mal dormida, ainda pensei que tudo não tivesse passado de um "sonho". Mas depressa confirmei que este pesadelo é bem real. Estamos a vivê-lo.
Resta-me mais uma vez, colocar o que possa vir a acontecer nas mãos de Deus. Esperar pelo melhor enquanto me preparo, tanto quanto possível para o pior. Amar o meu bebé enquanto aqui está comigo e o posso proteger de tudo. Dizer que o amo. Muito. Sempre.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

13 semanas e a Ecografia

Finalmente a ecografia das 12 semanas!
Na terça feira foi dia da eco das 12 semanas na maternidade. Aquela que mede tudo e mais alguma coisa e que examinou o nosso bebé!
Tudo normal. Presença de ossos do nariz e trasnlucência da nuca de 2mm, os parametros que "medem" a probabilidade de trissomia 21. Já tinhamos feito o rastreio bioquimico, que agora é cruzado com estes dados, mas, como não nos disseram mais nada, é porque não há valores alterados que jsutifiquem outros meios de diagnóstico.Todos os outros parâmetros como o perímetro cefálico e o abdominal, o tamanho do fémur e do úmero, a presença de rins, estômago e demais orgãos, estava tudo otimo.
Um feto com tudo bem para o tempo de gestação. Nesta ecografia foi-nos dito que o feto estava com 13 semanas e 0 dias.
Mexeu-se imenso e adorei vê-lo já todo tão bem formado, bem como todos os ossinhos e orgãos. Levei imensas pancadas na barriga - além da força que o médico fez - para que ele ou ela se virassem. Mas depois de 40 minutos de eco, lá conseguiram medir tudo na perfeição e sem pressas.
Ainda não houve palpites quanto ao sexo - é muito cedo - mas o que eu gostei mesmo de ouvir foi o médico ecografista a dizer que estava tudo normal. E tudo a correr bem.
Aproveitei a minha obstetra estar de urgência para tirar umas dúvidas acerca do projefikk que ainda estou a tomar, além de outras coisas mais práticas.
Finalmente começo a sentir-me grávida e o stress e ansiedade que quase me controlaram desde o início desta gravidez tão, mas tão desejada, já praticamente passou.
A minha barriga já não passa despercebida (assim como o peito!) e já não há duvidas nenhumas que vem um bebé a caminho: já não se consegue esconder.
Também já contamos a toda a gente que era importante e agora é esperar que tudo continue a correr bem.
Portanto agora, com a entrada no segundo trimestre, é viver a gravidez ao máximo!