quinta-feira, 4 de julho de 2013

Das 21 às 26 semanas e um porque um "mal" nunca vem só!

Ora bem!
Desde a ultima ecografia várias coisas aconteceram.
O rapaz continua optimo, foi o que se verificou na ecografia morfológica na maternidade que acabou por ser dia 18 em vez de dia 11 de Junho.
Antes disso, houve tempo para uma semana de férias, e para começar a sentir o miúdo mais a sério, coisa que eu adoro. O pai também já o sente perfeitamente desde as 21 semanas, mais coisa menos coisa, e os pontapés são cada vez amis visíveis com a barriga a movimentar-se à "Alien".
Depois das férias foi altura das análises do segundo trimestre, com a temida análise à glicose para despistar a diabetes gestacional, e altura então da eco morfológica na maternidade.
Da eco, como já disse tudo normal, mas a placenta da mãe continua muito baixa e é necessário manter os cuidados. Nada de esforços, de pesos e muito descanso. O colo apresenta-se mole ao toque, mas depois de nova consulta com a minha obstetra, dia 24 de Junho, ela disse-me apenas para manter os cuidados atrás mencionados - e que se eu não tivesse cuidado e houvesse sangramento me internava até ao final da gravidez! Tenho mesmo de ter cuidado, porque com o aumento do volume uterino e com as contrações que entretanto costumam começam a aparecer é mais fácil acontecerem os ditos sangramentos que obrigatoriamente me terão de levar à urgência...
Como se este cuidado não fosse o suficiente eu, que nessa consulta (às 25 semanas) pouco mais de 4 quilos engordei, que tenho imenso cuidado com a alimentação e que nunca, mas nunca me apetecem ou como doces, fui diagnosticada com Diabetes Gestacional. É caso para dizer que tudo me acontece.
A obstetra não ficou muito preocupada com os valores da glicose, pois são valores de "borderline", mas mesmo assim referênciou-me para a consulta de diabetes e gravidez de risco da maternidade. Dia 26 de junho lá fui eu para, sem contra análise nem nada do género, me darem uma dieta a seguir e a indicação para medir a glicose 4 vezes ao dia. Depois de tanta coisas, o que são mais 4 picas por dia a medir a glicose e fazer "dieta". A minha querida drª MJ só me dizia que não era a diabetes que a preocupava, mas sim a placenta...
De qualquer maneira tenho registado os valores,(só tenho consulta com a equipa médica dia 17 de Julho) e estão mais ou menos dentro dos limites. Acho portanto que não deve ser dos piores casos. No entanto, já não digo nada, pois tudo me acontece.
Portanto além da placenta baixa e da nova previsão de cesariana ser quase certa por causa disso, e da diabetes gestacional, está tudo bem. Por enquanto nada de pés ou mãos inchados, dores, contrações ou mau dormir. Só mesmo a tensão muito baixinha, mas isso já era antes de engravidar....
Entretanto já encomendamos o carinho, o ovo e a base isofix. Já fomos ao IKEA comprar cama de grades, cómoda e afins. Já pintamos o quarto e montamos os móveis pelo que começa tudo a estar encaminhado.
Já estou inscrita nas aulas de preparação para o parto - das quais estou expressamente proíbida de fazer a parte prática - nada de esforços, certo? que começam às 28 semanas.
Portanto por agora são estas as novidades.
Próxima consulta é já dia 22 de Julho!

terça-feira, 28 de maio de 2013

21 semanas

Ontem foi dia de consulta com a Drª MJ.
Fizemos a eco, em que o miúdo estava de rabo virado e não deu para ver tudo muito bem. Do que se conseguiu ver, a Drª disse que estava tudo muito bem. A crescer, a engordar.
Disse-me também que ia marcar o eco morfológica na maternidade e, se houvesse necessidade que me fariam o ecocardiograma. Fiquei logo preocupada. Primeiro porque pensava que a eco morfológica era feita com ela, e não na maternidade. E depois por me ter falado no ecocradiograma que só é feito em caso de se desconfiar de algum problema cardiaco. Ela não me pareceu preocupada, apenas me estava a informar dos precedimentos, e além disso duvido que não nos alertasse no caso de ser alguma coisa que lhe parecesse suspeito. Mas o que é certo é que neste momento tenho medo de tudo, e sempre algum receio de mais alguma coisa vir para me tirar esta felicidade que, agora, sinto.
De resto avaliamos os meus miomas, mas para já tudo normal e nada para preocupar, pois são relativamente pequenos, estão longe da placenta e não afectam nem o bebé, nem a gravidez. Avaliamos novamente a placenta que está a deixar de ser prévia, apesar de continuar muito baixa. Mas parece que, por este motivo nos livrámos da cesariana...
De resto vimos as mãos e os pés do rapaz, com os dedinhos todos. A coluna perfeitinha. As orelhas bicudas à Dr. Spok, a bexiga, o perimetro cefálico, abdominal, e as pernocas assim como os orgãos genitais. Viu-se o coração, mas não deu para ver assim muito bem por causa da posição dele. E não se virou nem por nada. Mas temos nova eco dia 11, mais uma para ver se esta tudo bem e isso é que interessa.
Para já tudo bem!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

46,XY - Cariótipo Normal

Finalmente o resultado da amniocentese! Depois de quase 4 semanas de espera, de uma enorme ansiedade e de um medo tão grande de que algo não estivesse bem. Depois de noites mal dormidas, de muitas lágrimas e de não ser capaz de pensar em mais nada. Eis o resultado mais desejado: 46,XY, cariótipo normal para as anomalias estudadas.
Ainda na terça feira, dia 21 e a conselho da minha médica de família liguei para o centro de diagnóstico pré-natal a tentar saber alguma coisa. A enfermeira que me atendeu foi super atenciosa, e disse-me que, apesar de já ter chegado um resultado de amniocentese feita no dia 29 de Abril, ainda não tinha chegado meu. Deveria estar para breve, durante esta semana. E se quisesse que podia ir ligando, mas que elas assim que pudessem o fariam também.
Nessa noite não consegui dormir e a as lágrimas caiam-me pela cara. A proximidade de saber o resultado, o medo e a ansiedade tiraram-me toda a sanidade mental. Nem mesmo pensar nas palavras da Drª MJ, que sempre disse que um resuktado que demora é bom sinal, e que ecograficamente estava tudo bem, me conseguiram acalmar.
Na quarta-feira, dia 22 de Maio tinha prometido a mim mesma que só ligava da parte da tarde. Não aguentei e liguei ainda de manhã. Ainda nada. Outros resultados tinham chegado mas não o meu.
Só pensava no pior e em como provavelmente era um mau resultado e elas não me queriam dar a informação pelo telefone.
Depois de um resto de manhã numa ansiedade terrível, resolvi colocar pernas ao caminho e ir até à maternidade. Se o resultado não fosse o melhor certamente que não teriam "lata" de não mo dizer cara a cara.
Cheguei ao centro de diagnóstico pré-natal e expliquei ao que vinha. A senhora que me atendeu leva o meu nome e vai falar com a enfermeira. Quando chega novamente ao pé de mim diz-me que estava com sorte pois o meu resultado tinha acabado de chegar, e para aguardar pela enfermeira que já vinha falar comigo. Durante esse breve tempo de espera, não mais de 2 minutos, o meu coração parecia que me ia saltar pela boca. Até que chega a infermeira e me diz que está tudo bem, e se eu já sabia se era rapaz ou rapariga. Já sabia que vinha um rapaz a caminho e claro, o cariótipo confirmou. Tudo normal era o que queria ouvir, e estava tudo normal.
Foi um enorme alívio. Um peso de toneladas que nos saiu de cima e um, esperemos, recomeçar sem mais sobressaltos.
De bónus, ainda trouxe o resultado do relatório para casa!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

20 Semanas

Dia 21 de Maio, foi dia de consulta com a médica de família.
Infelizmente ainda sem resultados da minha amniocentese, com a cabeça a mil e sem saber o que pensar.
O melhor de tudo é que por volta das 19 semanas e meia comecei a sentir o meu miúdo. Muito ténue ainda, mas os seus movimentos já são perceptíveis o que me deixa muito feliz de cada vez que o sinto a "borboletar" e a "pipocar" por aqui.
Na consulta da médica de família pouco ou nada foi adiantado.Tensão Arterial baixita mas é normal, nada na urina, e ouvimos mais uma vez o coraçaõ do rapaz.
Quanto ao peso, diseram-me elas que tinha perdido um quilo e por isso ouvi um pequeno raspanete por necessitar de comer a horas e afins... Mas a verdade é que não tenho um quilo a menos. A enfermeira estagiária que me pesou é que deve estar a necessitar de um par de óculos e retirou-me peso a mais da roupa... Clarro que na próxima consulta vou "ouvir" porque engordei demais... Mas nada de preocupante, Segundo a minha balança e desde o início da gravidez engordei pouco mais de 3 quilos, mas agora é que necessito de começar a ter muito cuidado com o peso. A partir de agora é que são elas e eu que tenho uma tendência terrível para engordar aliada ao facto de agora não poder fazer nenhum tipo de exercicio.
A médica de família deu-me as credenciais para novas análises, a fazer daqui a mais ou menos 2 semanas, e pediu-me para perguntar acerca da vacina do tétano à minha obstetra. Que por ela já podia levar, mas para confirmar com a Dr,ª MJ. Ninguém me manda ter a vacina em falta e ter de a levar agora... Não tem mal nenhum para o bebé e é mais do que aconselhável levá~la quanto antes.
Da consulta com a médica de família o mais importante foi a sugestão dela de ligar para o centro de diagnóstico pré-natal a tentar saber alguma coisa. Afinal das "até" quatro semanas, já passaram mais de 3!
Acho que é o que vou fazer. Estou em pulgas para saber o resultado deste "maldito" exame....

sexta-feira, 10 de maio de 2013

18 semanas

Sengunda-feira passada, dia 6 de Maio, fomos novamente à consulta com a nossa Drª MJ.
Estava ansiosa! Era a primeira consulta depois da amniocentese, e estava com um medo horrível de que se viessem a descobrir marcadores ecográficos que fizessem suspeitar das trissomias, ou outro problema, para além do resultado do rastreio bioquimico do primeiro trimestre.
Depois de horas à espera, lá seguimos para a sala de ecografia. O meu rapazinho estava bem depois da amniocentese, mexido e com líquido normal, o que significa que não se sentiu nada incomodado com o exame evasivo, e de terem invadido a sua casa...
E quanto ao resto, foi novamente tudo analisado ao pormenor - ossos, pés, mãos, orgãos, maxilar, lábios, cabeça, coluna, cordão umbilical, coração, rins, orbitas oculares, nariz.... tudo, visto que foi praticamente uma ecografia morfológica. E segundo a minha obstetra novamente tudo "muito bem". Voltou a mandar-me começar a viver a gravidez e quando viessem os resultados da amniocentese para respirar fundo e colocar tudo isto para trás das costas. Ela não acredita que esteja nada de errado com o nosso bebé... Mas eu continuo sem conseguir respirar, enquanto não souber, preto no branco, que está tudo bem com ele.
Na opinião dela, se nem sequer pediram a amniocentese com  o resultado rápido (pcr) é porque também não estão muito preocupados com o meu rastreio...Mas eu é que sei a ansiedade que tem sido esta espera.
Também me disse que ia ficar atenta e ver se conseguia saber alguma coisa para me dizer quanto antes.
Mas e o resultado que nunca mais vem! Nunca "até" quatro semanas me pareceu esta eternidade...
Entretanto temos nova consulta para dia 27 de Maio, para nova eco morfológica e ver se a minha placenta continua prévia. De resto continuo a precisar de ter mil e um cuidados e evitar todo o tipo de esforços!
Mas isso é o menos.
E o resultado da amniocentese que nunca mais chega e eu que não sou capaz de pensar em mais nada?

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A amniocentese

Chegou finalmente o dia de fazer a amniocentese.
Chegamos não muito cedo, deviam ser perto das 10 horas e fomos logo informados de que estava tudo muito atrasado. E assim foi.
Apesar de nervosa ia relativamente "bem disposta", se bem que o medo e as inseguranças nunca me tenham abandonado desde dia 8 de Abril, quando soube que tinha um rastreio positivo.
O que mais me incomodou foi assinar o termo de responsabilidade da amniocentese - que como me disseram tem um risco de aborto de 0,5% . Nessa altura parece que finalmente percebi que o que estava a fazer pode realmente fazer mal ao meu rapazinho... Assinei, claro!
Entretanto também percebi porque é que a minha obstetra não me quis dizer o valor do meu rastreio... para a trissomia 21 era de 1: 87, ou seja em 87 nascimentos com aqueles valores, 1 das crianças terá trissomia 21... Matematicamente o risco é pouco superior a 1%, mas na realidade é um valor bastante alto que me tem deixado ainda mais preocupada e inqueita até finalmente pode saber o resultado.
Soube também que o resultado pode demorar até 4 semanas, mas que possivelmente em duas semanas já saberei alguma coisa. Apesar de querer muito que o meu miúdo tenha um cariótipo normal, estou efetivamente cheia de medo. Claroq ue me deu algum conforto a consuta da semana passada, onde ecograficamente se continua sem ter nenhum sinal de que algo está mal. mas isso não me impede de ficar assim. Afinal, apenas a amniocentese poderá despitar com certezas qualquer suspeita de trissomias.
O procedimento da amniocentese em si não custa nada. Não me doeu, demora menos de um minuto e correu sem incidentes. O único senão foi o médico que me fez a amniocentese ter olhado para o meu resultado e ter dito "isto é que é um rastreio positivíssimo!"... Claro que me custou ouvir, mas temos de encarar a realidade de frente e esperar pelo melhor, não deixando de nos preparar para o pior.
Neste momento estou então no importantíssimo repouso de 48 a 72 horas, que ajuda a evitar os mínimos abortos que acontecem. Tem-me ajudado ter um doppler fetal, o que me permite ir ouvindo o coração do bebé, e pelo menos ficar a saber que ele está bem.
Agora é esperar pelos resultados...  com o coração tão, mas tão apertadinho.
Entretanto tenho novamente consulta na próxima segunda feira, para saber se está tudo bem depois da amniocentese, e ao mesmo tempo, como estou quase com 18 semanas (na segunda-feira tenho 17 semanas e 6 dias) voltar a fazer eco para ver se está tudo bem com o bebé ou existem sinais de alerta.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

É um rapaz: 16 semanas e nova consulta

Na segunda feira, dia 22 de Abril foi altura de mais uma consulta com a nossa obstetra.
Estava muito ansiosa! Primeiro porque podiamos falar melhor acerca do rastreio bioquimico positivo, da amniocentese e porque sabia que ia fazer nova ecografia (e tinha medo de mal, que confirmasse o rastreio pudesse ser diagnosticado!)
A primeira coisa a fazer - depois das habituais pesagens e medição da tensão arterial, tudo normalíssimo - foi a ecografia. Logo nas primeiras imagens, a criança abre as pernas e com toda a sua glória "mostra-se". Não deixou a mínima dúvida de que é um rapaz bem fornecido.
E depois a minha querida Drª MJ lá viu tudo e mais alguma coisa, com muita atenção: todos os orgãos, todas as medições, e procurou sinais de que alguma coisa pudesse estar mal. Tudo normal, tudo "muito bem", usando palavras dela, um belo rapaz com 129 gramas, otimo para as suas quase 16 semanas (na segunda tinha extamente 15 semanas e 6 dias).
E depois falou-me na enorme quantidade de falsos positivos, de não estar preocupada, de não ter medo da amniocentese, de repousar. E disse-me também que quase de certeza que ia ser um falso positivo. Se fiquei mais calma? Claro que sim. Mas mesmo assim o medo, a ansiedade, o receio de que o positivo seja mesmo um positivo só vão mesmo passar com o resultado da amniocentese.
Entretanto a ecografia confirmou a placenta baixa e prévia, o que significa que tenho de continuar a ter imenso cuidado com os esforços fisicos porque tenho uma maior hipotese de hemorragias e que, se a placenta não "subir" com o aumento uterino, já sei que não me livro da cesariana.
Mas eu aguento a placenta prévia, e a cesariana desde que esteja tudo bem com o meu rapazinho. Só quero que segunda feira dia 29 chegue depressa para fazer de uma vez por todas a amniocentese e, se Deus quiser, poder finalmente respirar de alívio e (re)começar a viver esta gravidez tão desejada e tão difícil de conseguir!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O medo e as incertezas

Desde a notícia do rastreio bioquimico positivo que as coisas têm andado mais ou menos.
Por um lado, partilhei com muito poucas pessoas esta nova informação. E o que todos me gostam de dizer é que não conhecem nenhum caso de um rastreio bioquimico positivo que, depois da amniocentese feita tenha dado em alguma anomalia. E que um rastreio é só um rastreio, uma probabilidade aumentada que, em vez de 0,001%, passa para 1% e que se mantêm uma baixissima probabilidade na mesma apesar de se seguir para uma amniocentese.
Mas tenho um medo horrível do pior. Da incerteza de não saber. Do quase. De deixar todos à minha volta continuarem a amar este bebé sem lhes conseguir contar que há uma enorme incerteza pelo meio. Mas esta angústia que sinto, e estas 2 semanas que ainda faltam para fazer amniocentese não me deixa contar. Não quero que os meus pais, a minha irmã ou os meus amigos sintam também esta terrível incerteza, estes dias de espera que não passam. Quando chegar a hora, e se o pior se confirmar, obviamente que contarei. Mas para quê fazê-los passar por mais 3 ou 4 semanas de angústia?
Confesso que os ultimos dias têm sido mais fáceis de lidar, principalmente se pensar apenas nesta questão de uma forma matemática. Sendo assim, a probabilidade é realmente pequena e parece que fico mais descansada. E depois penso em como tudo estava óptimo na ecografia das 13 semanas e como esses 2 pequenos marcadores ecográficos, assim como a minha idade ser ainda inferior à de maior risco, me dá 90% de probabilidade de não ter um bebé com trissomia 21.
Não são certezas, longe disso, são ajudas para conseguir passar estes longos dias que faltam até dia 29, mais os dias que demorará a sair o resultado.
Mas hoje, hoje foi um dia mau. Acordei triste e a pensar no pior, quase sem esperança. Acordei derrotada e com vontade de chorar.
Há umas semanas atrás, quando andava com a paranoia dos abortos retidos, houve um dia em que depois de estar a pensar em coisas estúpidas, fui inundada por uma enorme calma. Assim como se tivesse a certeza de que tudo ia correr bem. E naquele momento tive a certeza de que os meus medos com o aborto retidos me estavam a impedir de viver em pleno a minha gravidez. E isso bastou-me para perceber que eram infundados e que TUDO ia correr bem. A única coisa que quero é pensar e sentir, e principalmente acreditar em relação a este rastreio positivo que me tirou novamente a alegria de viver esta gravidez tão desejada, que TUDO vai correr bem.O futuro pai acredita e eu quero muito acreditar com ele!
Mas a nuvem negra, a núvem da trissomia e da interrupção da gravidez não me deixa...

terça-feira, 9 de abril de 2013

14 Semanas e rastreio bioquímico positivo

O que nenhuma futura mãe ou futuro pai querem ouvir. Aquela chamada que dizem só acontecer se algumas coisa estiver mal. E as palavras rastreio positivo, amniocentese, falsos positivos, esperar o melhor, todas no mesmo telefonema que nós, entretanto deixamos quase de ouvir, para simplesmente começarmos a chorar, a fazer festas na barriga e perguntar porquê.
Tudo isto aconteceu. Ontem, na véspera de fazer 14 semanas, o telefonema da minha obstetra para me informar que, apesar de uma ecografia com TN normal e presença dos ossos do nariz, o nosso rastreio bioquímico tinha tido um valor positivo. Isso significa uma probabilidade acima da média de poder vir a ter um bebé com trissomia 21. Não há certezas de nada, apenas uma probabilidade maior. Certezas só com a amniocentese.
Mas a aminocentese só pode ser feita a partir das 16 semanas. Faltam pelo menos 2 semanas. E o resultado demorará entre 2 a 4 semanas. Temos pelo menos um mês e meio de incertezas, de medo, de esperar o melhor mas prepararmo-nos para o pior.
Dizem que coração de mãe sabe. Pergunto-me agora se não seria por causa disto que nunca quis comprar roupas para o meu bebé, que não queria que me oferececem ainda nada para o bebé, que não queria a minha mãe a fazer mantas e lencois, e babetes e toalhinhas. Se não seria por perceber já que alguma coisa não estaria bem que nem queria dizer a ninguém que estava grávida, que pedia segredo, que tinha tanto medo de perder o meu bebé e que pensava em aborto retidos. Não sei, mas sempre ouvi dizer que coração de mãe sabe.
E eu conheço os casos de falsos positivos. Que tiveram os rastreio positivos e que depois da amiocentese os resultados estavam normais, que não passaram de sustos. Sei que são mais até do que aqueles com desfechos menos positivos que levaram à interrupção médica da gravidez.
No entanto o meu coração de mãe está aflito. E eu sinto-me neste momento a pessoa mais infeliz do mundo. O meu maior desejo está em "pause".
Demorei várias semanas a coseguir relaxar, a pensar que tudo ia correr bem, a conseguir imaginar o meu bebé. Demorei várias semanas a acreditar na minha garvidez. E agora, que o primeiro trimestre tinha chegado ao fim, que a ecografia só nos tinha trazido boas notícias e que eu conseguia finalmente respirar de alívio, o meu mundo caiu. E eu estou aqui num equilibrio muito, mas muito precário a tentar segurá-lo. E tenho de ficar assim 6 longas semanas...
Tenho medo do telefonema que confirme os meus maiores receios. Não sei como vou suportar uma interrupção da gravidez do meu bebé. Não quero que ele sofra, só o quero comigo e poder protegê-lo de tudo...e não posso. Não consigo parar de lhe pedir desculpa. Desculpa filho.
O que fazemos quando amamos tanto um bebé, quando desejámos tanto um bebé, quando lutamos tanto e tantos anos por um bebé e agora vimos, à frente dos nossos olhos a possibilidade de ter de rejeitar esta criança. De rejeitar quem já amamos, rejeitar quem já tem um nome, uma família, uma vida iniciada. Rejeitar um filho que já existe para nós. Como se ultrapassa isto?
Não sei como enfrentarei a desilusão dos meus pais, avós, sogros amigos e família ao dizer-lhes. A dor que não é só minha(nossa) mas que também será deles.
E depois, será que vou conseguir recomeçar? De passar por tudo novamente, sei lá durante mais quantos anos sempre com este desfecho na cabeça?
Eu sei que nada disto poderá acontecer, e que também se poderá dar a possibilidade de ter um desfecho positivo, connosco a respirar de alívio. Mas neste momento só tenho incertezas e medos.
A minha médica apesar de uma querida, e de ter sido ela a telefonar-me com a notícia, e a dizer-me que podia ser um falso positivo, não me falou de possibilidades. Nem me quis dizer o meu valor do rastreio. Disse-me só que se é positivo é positivo e não interessa os valores, só interessam agora as certezas da amniocentese. E disse ainda que se o resutado fosse mesmo o pior eu quereria saber. Para isso é que servem os exames e os rastreios. Não sei se me disse isto porque os resultados são mesmo maus, ou porque não vale a pena preocupar-me com um exame de probabilidades. Fiquei sem perceber, mas agora nem quero perceber. Quero apenas que estas semanas passem depressa.
(A curiosidade foi que, na sexta-feira mandaram-me ir à maternidade repetir o rastreio bioquímico. A desculpa que o meu sangue se tinha extraviado. Fiquei com a "pulga atrás  da orelha". E afinal tinha razão. Acharam os resutados do exame muito baixos e quiseram repetir para confirmar. Mas deviam ter-me dito a verdade depois de eu ter perguntado várias vezes se estava mesmo tudo bem.A minha obstetra confirmou o pedido de repetição do exame, o que me leve a crer em resultados mesmo muito maus!)

Hoje por uns segundos, quando acordei, depois de uma noite muito mal dormida, ainda pensei que tudo não tivesse passado de um "sonho". Mas depressa confirmei que este pesadelo é bem real. Estamos a vivê-lo.
Resta-me mais uma vez, colocar o que possa vir a acontecer nas mãos de Deus. Esperar pelo melhor enquanto me preparo, tanto quanto possível para o pior. Amar o meu bebé enquanto aqui está comigo e o posso proteger de tudo. Dizer que o amo. Muito. Sempre.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

13 semanas e a Ecografia

Finalmente a ecografia das 12 semanas!
Na terça feira foi dia da eco das 12 semanas na maternidade. Aquela que mede tudo e mais alguma coisa e que examinou o nosso bebé!
Tudo normal. Presença de ossos do nariz e trasnlucência da nuca de 2mm, os parametros que "medem" a probabilidade de trissomia 21. Já tinhamos feito o rastreio bioquimico, que agora é cruzado com estes dados, mas, como não nos disseram mais nada, é porque não há valores alterados que jsutifiquem outros meios de diagnóstico.Todos os outros parâmetros como o perímetro cefálico e o abdominal, o tamanho do fémur e do úmero, a presença de rins, estômago e demais orgãos, estava tudo otimo.
Um feto com tudo bem para o tempo de gestação. Nesta ecografia foi-nos dito que o feto estava com 13 semanas e 0 dias.
Mexeu-se imenso e adorei vê-lo já todo tão bem formado, bem como todos os ossinhos e orgãos. Levei imensas pancadas na barriga - além da força que o médico fez - para que ele ou ela se virassem. Mas depois de 40 minutos de eco, lá conseguiram medir tudo na perfeição e sem pressas.
Ainda não houve palpites quanto ao sexo - é muito cedo - mas o que eu gostei mesmo de ouvir foi o médico ecografista a dizer que estava tudo normal. E tudo a correr bem.
Aproveitei a minha obstetra estar de urgência para tirar umas dúvidas acerca do projefikk que ainda estou a tomar, além de outras coisas mais práticas.
Finalmente começo a sentir-me grávida e o stress e ansiedade que quase me controlaram desde o início desta gravidez tão, mas tão desejada, já praticamente passou.
A minha barriga já não passa despercebida (assim como o peito!) e já não há duvidas nenhumas que vem um bebé a caminho: já não se consegue esconder.
Também já contamos a toda a gente que era importante e agora é esperar que tudo continue a correr bem.
Portanto agora, com a entrada no segundo trimestre, é viver a gravidez ao máximo!

sexta-feira, 22 de março de 2013

Mais coisas para contar

Dia 18 de Março

Fui à maternidade. Análises para o rastreio bioquímico e para verificar se a infecção urinária já passou.
Eco das 12 semanas marcada para dia 2 de Abril - vou estar quase de 13 semanas.
Se a análise da urina ainda detetar alguma coisa eles ligam a informar. Deve ter passado, pois até hoje ninguém me ligou.
Do rastreio creio só ir saber o resultado no dia 2 de abril, juntamente com a eco.

Dia 19 de Março

Usei pela primeira vez umas calças de grávida emprestadas pela minha cunhada. Estão um bocado largas na anca e no rabo, mas sempre são mais confortáveis que as que estava a usar....
Consulta na médica de família. Quase as mesmas coisas - peso, tensão arterial, recomendações... - que já feito e ouvido na quinta feira com a obstetra. Mas não faz mal. (Tenho agora dois boletins de grávida - do centro de saúde e do paricular!) Mas não faz mal. A minha médica de famíia sabe que estou a ser seguida no particular e não lhe escondo nada destas coisas. Tudo normal, e nova cosulta marcada para o final do mês de Abril para lhe contar novidades do rastreio.
O bónus foi ouvir novamente o coração do baby através do dopler. A médica estava com receio de não se conseguir ouvir, mas ouviu-se perfeitamente. Tudo bem com o baby. Batimentos normais para o tempo de gestação.

Dia 20 de Março


Comprei as primeiras calças de grávida. E o primeiro soutien de amamentação - a conselho da minha obstetra!
Aproveitou-se o aniversário do pai para contar aos amigos que estavam presentes e  a alguma família, que há um novo membro a caminho. Muita felicidade. Para mim, continua o medo. De estar a contar e de alguma coisa ir correr mal, como se fosse uma consequencia de já estarmos a contar a novidade. Eu sei que é ridículo..... Mas o medo de perder o baby, de o coração parar de bater, de ele deixar de se desenvolver é superior a mim.

Dia 22 de Março

Já não sinto grande sensação de vómito. Aliás, além da barriga grande e das mamas enormes - não sinto nada de especial.
Sim, continuo a ir à casa de banho a meio da noite. E tenho algum azia e má disposição de vez em quando, mas tirando isso não sinto nada. E depois lá vêm os macaquinhos no sotão a pensar que alguma coisa não está bem. E ainda falta tanto para fazer a proxima ecografia....

sexta-feira, 15 de março de 2013

10 semanas

Ontem, dia 14 , foi dia da 1º consulta na minha obstetra.
Com o baby esta tudo bem. Nova ecografia que confirmou tudo normal para o tempo que temos. O baby mexeu-se bastante de u para distinguir as perninhas e os bracinhos e voltei a ouvir o coração a bater forte.
O meu colo do útero é que está bastante sensível e sangrou assim que ela lhe tocou. Também se deve ao facto de eu ainda colocar o projefikk via vaginal 3 x ao dia e de ter a iplantação baixa. mas nada de demasiado preocupante.
Quanto ao antibiotico para a infecção urinária, não me devo preocupar  - estava bem medicada - , e as restantes análises estavam normais. Atenção apenas para a hemoglobina no limite (algo habitual) e que mais fazer começar a tomar suplemento de ferro mais cedo que o normal.
Com o enfermeiro lá me pesei e medi a tensão e também tudo dentro dos parametro normais. O peso é aquela coisa, até porque começo a gravidez com um pouco de peso a mais, muito por culpa dos tratamentos e apesar de ter perdido quase 10 quilos o ano passado.
Fez-me muito bem conversar com a Drª MJ. tirei dúvidas, expliquei os meus medos e ansiedades e ela fartou-se de "me dar na cabeça". Essencialmente mandou-me viver a gravidez, deixar de ter medo que algo corra mal a qualquer momento e aproveitar. Sou agora uma grávida igual às outras.
Entretanto também estivemos a conversar acerca de ser seguida por ela no privado, em vez de na maternidade. Vou apenas à maternidada para fazer os rastreios e as ecos de controle (as obrigatórias!).
Sendo assim, vou à maternidade fazer as análises para o rastreio bioquímico já na segunda feira dia 18, e aproveito e faço nova análise à urina para saber se já passou a infecção. E marca-se também já a eco das 12 semanas.
O baby está bem e eu estou feliz. E começou a ficar, dia após dias, menos ansiosa.

segunda-feira, 11 de março de 2013

E agora uma infeção urinária...

Tudo bem, não é nada de especial e muitas grávidas têm infeções urinárias sem sintomas. Mas mesmo sabendo que a amoxicilina (antibiótico) é seguro durante a gravidez, preferia mesmo não ter de tomar nada e, principalmente não ter infeção urinária. Mas pronto. Tudo vai passar.
E ainda por cima foi detetada por acaso. Ou seja, fui fazer as análises que a médica de familia pediu, olhei para elas e pareceu-me tudo normal, principalmente quando têm os valores de referência ao lado. Mas eu não sou médica e como só tinha consulta no dia 19 de Março, e na minha obstetra dia 14, nem olhei mais para elas. Por acaso mostrei-as a uma amiga médica, apenas porque queria certificar-me da minha não imunidade à toxoplasmose. E aí é que ela me refere que eu estava com uma infeção urinária.
No dia seguinte era sábado e eu resolvi ir até à urgência da maternidade para ser medicada quanto antes - porque para falar com a médica de familia só mesmo hoje, segunda feira.
E assim fiz, a médica que me atendeu foi bastante simpática e diz que eu tinha feito bem em ir à urgência. Receitou-me antibiótico por 7 dias e depois repetir a análise. E para não ficar preocupada ou ansiosa por estar a tomar antibiótico.
E como extra, fez-me uma ecografia onde voltei a ver o embrião (9 semanas e 4 dias) e o seu coração a bater. Tudo normal.

Cá estou eu então a antibiótico e aguardo a consulta na minha obstetra para quinta-feira. Além disso continuo à espera da marcação da consulta na maternidade.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Um misto de felicidade, medo e muita ansiedade

No dia 27 lá se fez a ecografia dos 8 semanas. Cresceu imenso, é incrível, em relação à ultima ecografia. Ainda não ouvimos o coração, pois o Dr. S. não sabia ligar o doppler naquele ecografo, mas vimo-lo  perfeitamente a piscar.
Estava tudo bem apesar dos meus medos e ansiedades. E assim tivemos alta da infertilidade, tivemos direito à primeira "foto" do nosso filho e lá pudemos ser encaminhados para a nosso médica ginecologista/obstetra. Tudo a correr bem...
No dia seguinte lá consegui uma consulta no centro de saúde, para pedir o encaminhamento para as consultas na maternidade, a insenção de taxas moderados e dar a conhecer as boas novas à nossa simpática médica de família. Ainda vim de lá com mais indicações de saúde materna e com as primeiras análises. O primeiro susto começou logo depois...
Ao ir para casa, depois de uma ida ao wc e ao limpar-me veio o corrimento habitual com um raiozinho muito ligeiro de cor rosada. Fiquei logo em "pânico". Liguei ao Dr. S. que me disse de imediato que não valia a pena ir a correr para a urgência. Mandou-me fazer repouso, repouso e repouso e continuar com o progeffik, e ligar-lhe no dia seguinte às 16h para lhe dar contas dos desenvolvimentos.
Durante aquelas 24 horas, apesar do medo e da ansiedade, não aconteceu mais nada. Mais nenhuma perda, mais nenhum indício... mas o medo comtinuava lá.
No dia seguinte - 1 de Março -  lá liguei ao Dr. S. a dar-lhe conhecimento dos desenvolvimentos. Acalmou-me dizendo que devia ter sido da ecografia, que ainda tinha sido vaginal, e por causa da minha implantação baixa. Mas mesmo assim, e como sabia que eu estava preocupada, fez-me ir ter com ele, à noite, à urgência onde me fez nova ecografia - desta vez abdominal - para ver se estava tudo bem. O nosso amor pequenino lá estava com o seu coração forte a bater. E desta vez lá conseguimos ouvir. Consegui descansar e ficar feliz, mas mesmo assim continuei num repouso sudável durante todo o fim de semana.
Entretanto aguardo a marcação da consulta da maternidade. Já fiz as analises e aguardo o resultado. E mesmo assim marquei consulta na minha médica obstetra para dia 14 de Março, porque a ansiedade é muita e o medo de ue algo não esteja a corre bem continua a consumir-me.
Contnuo com medos dos abortos retidos. De que o coração do  meu amor pequenino deixe de bater e que eles nos abandone.... Eu sei que é um bocado irracional, mas não consigo evitá-lo.
Numa altura de devia ser de grande felicidade eu não consigo "chegar lá" por causa deste medo e ansiedade que me acompanham.
Continuo com uma gravidez quase santa. Não tenho grandes dores, apenas ligeiríssimos enjoos e um pouco de azia, para além da vontade de ir à casa de banho com mais frequência. Continuo sem perdas de sangue.
E mesmo assim, sem nada que me leve a pensar no pior, é o pior que leva a maior parte dos meus pensamentos.
Falta uma semana para a consulta e para saber mais do nosso amor pequenino - e de preferência voltar a vê-lo e ter nova foto - mas o medo lá se continua a sobrepor à felicidade que eu ainda não consigo viver plenamente.
Será normal?? Ou sou eu que estou a ser completamente paranoica...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Não consigo (ainda) estar feliz

Muita ansiedade, medos e inseguranças é a única coisa que consigo sentir numa altura que devia estar a ser plena de felicidade. Acredito que a infertilidade me "tirou" a capacidade de conseguir viver em pleno e sem medos a gravidez.
Depois de achar que as coisas não iam correr da melhor maneira, e depois de uns dias fora para acalmar, lá chegou o dia da ecografia das 6 semanas. A tal que ia confirmar a gravidez evolutiva ou não. Dia 13 de Fevereiro, e uma enorme vontade ir finalmente saber. E de repente lá aparece o saquinho gestacional, a vesicula veitelina e um pequeno embrião com o coração a piscar. Segundo o Dr. S tudo a correr bem.
Nova eco para dia 27 de Fevereiro para ter alta da infertilidade e finalmente passar a ser acompanhada como uma grávida "normal" nas consultas de obstetricia.
Mas ainda a faltar cerca de uma semana para a nova ecografia sinto uma ansiedade enorme, um medo terrível de que algo não esteja bem. Estou sempre a pensar que a gravidez pode não ser evolutiva e que o coração do meu bébé pode ter deixado de bater, e eu estar a ter um aborto retido. Sei que penso isto, porque foi o que aconteceu há uns dois anos a uma amiga próxima, e portanto isso não me sai da cabeça,
Nunca pensei que seria assim, cheia de medos e inseguranças que ia viver o início da minha gravidez, mas é mais forte do que eu.
Não consigo estar feliz a 100%. Primeiro porque não tenho sintomas quase nenhuns, depois porque acho que tanta coisa boa e tanta felicidade é impossível e alguma coisa no meio de tudo isto vai ter de correr mal.
A sério que me esforço por ser positiva, e estar feliz, mas acho que desde que contei aos meus pais e aos meus sogros que estava grávida a ansiedade ainda aumentou mais. O medo de que algo corra mal é ainda maior. Não sei explicar....
Na quarta-feira, dia 13, quando contei aos meus pais, à minha irmã e depois aos meus sogros, foi uma enorme felicidade para todos. Nem queriam acreditar até porque não lhes tinha contado sequer sobre o tratamento. Ficaram espantados e muito, muito felizes.
E eu aqui, cheia de medo de que algo de mal esteja a contecer com o meu filho. Na verdade, não consigo viver este estado de graça em felicidade plena. Ainda não.
E ainda falta uma semana para a ecografia!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Tão perto e tão longe

Quando estamos neste modo, "em espera", fazemos as coisas mais disparatadas e sem sentido do mundo.
Tinha em casa 5 testes de garvidez que tinha mandado vir o ano passado, mas que, não cheguei a utilizar. 5 dias antes do beta marcado para dia 30 de Janeiro, ou seja a patir do dia 25 de janeiro fiz todos os dias um teste de gravidez. Para meu espanto todos deram positivo, mesmo o teste que fiz apenas sete dias depois da transferência. Confesso que só a muito custo se consegue perceber uma muito ténue linha. Mas esteve lá desde o primeiro dia. Não queria acreditar que o que tanto tinha esperado estava a acontecer. E pela primeira vez tinha um teste de garvidez com duas riscas. Não podia em mim de felicidade.
Ainda sem acreditar, e depois de ter feito o ultimo teste de gravidez que tinha em casa na terça feira, dia 29, véspera do beta hcg com duas riscas evidentes, fiz um teste Clearblue Digital na terça à tarde. Novamente o resultado: grávida 1-2 semanas. Era praticamente oficial. Estava finalmente grávida!
Apesar dos testes positivos a ansiedade na quarta-feira de manhã durante a espera do resultado do beta hcg manteve-se. Até me senti mal... De renpente aparece a bióloga R. a perguntar se eu já sabia alguma coisa. Dise-lhe que não e ela prontamente disse que ia ver, pois o resultado devia já ter saído. Aparece com um sorriso nos lábios e as palavras que eu tanto queria ouvir: "Parabéns, está grávida!".
Esperei ainda para falar com o Dr. S. que apesar do pouco tempo resolveu fazer uma ecografia, mais para ver o estado dos ovários obviamente hiperestimulados e maltratados do tratamento, do que outra coisa qualquer. Vimos os ovários e um pontinho preto que tudo indicava ser um saco gestacional.
Vim para casa, feliz da vida e com a indicação de voltar na próxima quarta-feira, dia 6 de Fevereiro, para a eco das 5 semanas e ver se estava tudo a correr bem.
Foram dias de ansiedade, claro, mas de uma enorme felicidade. Na sexta-feira ansiosa por não saber nada, e nada mais sentir do que o peito inchado e um pouco dorido e as pontadas no útero, voltei a fazer um teste clearblue digital. Volta a aparecer: grávida, desta vez de 2-3 semanas. Estava a evoluir e eu continuava feliz.
Entretabto na segunda feira começam os medos habituais, a ansiedade e uma preocupação enorme. O facto de as coisas poderem não estar a correr bem não me saia da cabeça. Só dizia: "E se amanhã o Dr. S. não vir lá nada?".
A noite de terça para quarta foi terrível. Acordei às 5 da manhã e já não consegui voltar a dormir. Às 8h já estava à espera para fazer a ecografia. Entrei faltavam uns minutos para as 9h. Novamente uma ansiedade terrível e um sentimento de "mãe" de que alguma coisa estava prestes a correr mal. Além disso pela primeira vez sinto que o meu peito já não me doi. Para mim mais um sinal de que as coisas não estavam a correr bem.
Fazemos a ecografia e o Dr. S. só diz que não consegue ver nada. O meu mundo cai naquele momento e eu só pensava em como essa ideia não me abandonava há alguns dias.
Manda repetir a beta hcg para se saber se a gravidez está ou não a evoluir e manda-me aguardar resultados. Entretanto fiquei a saber que a 1º beta hcg tinha tido um valor de 106, normal para uma gravidez, e logo depois de tirar o sangue para análise só consigo ir para o carro e chorar.
Penso em como tinha preferido ter tido logo um negativo do que um positivo com este desfecho. Estou triste, desolada e só penso que ainda bem que não tinha dito a ninguém que estava grávida. Penso na injustiça. Não na injustiça da infertilidade, com a qual eu já aprendi a viver, mas a injustiça de nos darem uma coisa, de nos deixarem sonhar, acreditar e depois, de repente nos tirarem tudo.
De volta ao consultório, cerca de 1h30 depois, o Dr. S. lá me chama para dizer que a beta aumentou para 932. Estava a evoluir dentros dos parâmetros, apesar de lentamente. Mas estava a evoluir. E que era então natural não se ter visto nada na ecografia, pois era quase impossível com valores de bhcg inferiores a 1000 unidades por mililitro. Mandou-me ir para casa, manter a medicação e voltar para a semana, dia 13 de Fevereiro, que então já deveriamos ver alguma coisa.
Perguntei-lhe se podia ficar mais "descansada" dentro dos riscos normais de uma gravidez de tão pouco tempo. Disse-me que sim, que estava a evoluir e que enquanto continuasse a sentir alguns sintomas como o peito dorido e as idas à casa de banho, era bom sinal.
Mas quem consegue ficar calma. Quer fosse por ele não ter visto nada na ecografia, quer pelo evolução lenta do beta hcg não consegui ficar descansada. E só penso que o meu amor pequenino não vai evoluir. E que tudo vai acabar ainda antes de ter começado.
A cabeça não para e a ansiedade volta a tomar conta de mim. Entretanto à noite volto a sentir o peito dorido e tive pela segunda vez (a primeira tinha sido um ou dois dias antes) volto a ter a sensação de vómito.
Quinta de manhã, dia 7 de Fevereiro, resolvo ir fazer novo beta hcg ao laboratório aqui perto de casa para ver se a gravidez continua a evoluir. Desta vez o resultado é de 1700 e qualquer coisa. Vale o que vale, pois é feito num laboratório diferente, mas os números enquadram-se dentro da tabela para as 5 semanas de gestação. Fico ligeiramente menos ansiosa.
Entretanto consigo marcar consulta com a minha ginecologista obstetra. O valor do beta hcg era superior a mil e tinha de ser possível ver alguma coisa na ecografia.. Fui até lá num estada enorme de ansiedade (e logo eu que sou a pessoa menos ansiosa e menos complicada do mundo!), e lá lhe explico o sucedido.
Faço nova ecografia onde agora sim, se vê um pequeno saco gestacional. Nem mesmo assim consigo ficar calma.
O saco gestacional mede apenas 3mm, o que está dentro dos parâmetros para uma gravidez de 4 semanas e não de 5 semanas. Segundo a G.O. pode não querer dizer nada, porque os números valem o que valem e há sacos gestacionais que têm evoluções fora do normal de uma semana para outra.
No entanto a implantação era um bocadinho baixa, mas que isso não era impeditivo de uma gravidez de termo. Via-se à volta do saco gestacional uma mancha que mostra que a implantação estava a ocorrer (em palavras de leiga a agarrar-se!).
Disse-me que em tão pouco tempo tudo poderia acontecer. Que não estivesse a pensar nos valores da beta hgc, pois estava a haver evolução. E que quanto ao tamanho do saco gestacional, só a próxima ecografia com o Dr. S., nos poderia trazer mais respostas.
Portanto nem sim, nem não. O que eu sei é que há uma gravidez comprovada pelo beta hcg e a evoluir ainda que lentamente. E há um saco gestacional pequeno para o tempo de garvidez a implantar-se no útero. Não tive - até ao momento - nenhuma perda de sangue. Continuo com o peito dorido, principalmente à noite. Vou muitas vezes à casa de banho e levanto-me para fazer xixi durante a noite, coisa que nunca me acontece. Tenho tido alguns vómitos, sem nunca ter chegado a vomitar, pelo menos 1 vez por dia. Estas são as minhas certezas.
Não sei se vai ficar tudo bem. Não sei se isto tudo poderá ser apenas um susto. Não sei se há embrião a desenvolver-se dentro do saco gestacional. Não sei se esta gravidez vai continuar a evoluir, ou se na próxima semana tudo terá chegado ao fim. Tenho apenas um monte de incertezas e dúvidas, e coloco tudo nas mãos de Deus, porque na verdade não há nada que eu possa fazer para que tudo isto tenho o desfecho que eu tanto quero.
Infelizmente não tenho grande esperança. Sou demasiado objetiva e sensata para perceber que são demasiados indícios de que algo não está bem. E tenho muita, muita pena.
Ao mesmo tempo só quero ter respostas o mais rápido possível para poder seguir em frente, seja qual for o desfecho.
É lixado ter um tratamento falhado. Custa mesmo muito. Mas isto, esta incerteza e esta dúvida constante, este positivo sem grandes expectativas é muito, mas muito pior...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A espera

Já se passou a punção. E já se passou a transferência. Neste momento 2 embriões estão comigo. E eu aguardo.
No dia da punção, dia 16 de Janeiro foram-me retirados 7 ovócitos. A punção foi difícil, demorou o triplo do tempo habitual porque, segundo o médico os meus ovários "fugiam" de cada vez que os tentavam puncionar para retirar os ovócitos. Foi preciso que as enfermeiras me fizessem pressão na barriga para ajudar no processo. Acordei cheia de dores - coisa que nunca tive na 1º punção - e tive de ser medicada. Depois tive ainda uma quebra de tensão quando fui à casa de banho e estava a ver que caía redonda no chão. Valeu-me o meu bom senso de chamar a enfermeira e de colocar imediatamente a cabeça entre as pernas. Como se não bastasse, nunca mais tinha contade de fazer xixi (não nos deixam vir embora sem fazer xixi) e levei dose reforçada de soro e ainda uma medicação qualquer. Resultado, quando deu resultado, tive de ir ao wc de 10 em 10 minutos...
Mais uma vez termos tido uma taxa de fecundação de 100%, mas, ao fim de 24 horas 2 dos embriões foram logo eliminados por estarem com anomalias genéticas. Ficaram 5.
Fizemos a transferência dois dias depois, na sexta-feira dia 18 de Janeiro, de 2 embriões de, segundo a bióloga de excelente qualidade. Ficaram 2 para observação até ao 5º dia para serem congelados e outro foi eliminado por estar com celulas anormais e com fragmentação.
Entretanto vim para casa com 5 dias de repouso e calma. Ao fim desse tempo uma vida normal sem esforços e sem me cansar, tal qual como se estivesse grávida.
Entretanto os nosso embriões que ficaram em observação acabaram também por ser eliminados e mais uma vez ficamos sem nenhuns para congelar. Queria muito ter ficado com essa "rede" de segurança, mas há coisas que não pudemos controlar.
Tenho algumas dores e pontadas, mas nada de especial. Não sei o que sentir. Não quero ser negativa, mas sei o que custar saber que não conseguimos o positivo. Passei por isso uma vez e gostava de não voltar a passar. Está nas mãos de Deus, e eu só posso mesmo esperar por dia 30 de Janeiro para fazer o exame de sangue que dirá o veredito.
Continuo à espera. E esta espera "mata-me!"

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E entretanto já se passou mais de um ano...

Muito aconteceu desde a ultima vez que aqui escrevi.
Continuamos sem bebés. Mas eu também não me sinto a mesma pessoa que aqui escrevia.
O nosso primeiro tratamento - do qual estava tão ansiosa em setembro de 2011 - e que aconteceu em Novembro desse mesmo ano, não chegamos sequer à punção. Iniciamos um protoculo curto para uma FIV, mas fiz uma hiperestimulação e o tratamento foi cancelado, com o meu ovário direito bastante aumentado e com um pequeno derrame. Tudo passou e não sofri nenhuma consequencia desse problema. Como o tratamento foi cancelado antes da punção, também não é contabilizado nos três tratamentos possíveis que podemos fazer no sistema nacional de saúde. (SNS).
Em 2012 veio um novo tratamento. Em abril. Injecções de Puregon, Olgalutram, ecos de controle e análises. Desta vez, e por causa d a hiperestimulação de novembro, o médico foi com calma. Tanta calma que os folículos estavam lentos no seu desenvolvimento e a estimulação demorou um pouco mais do que o previsto.
Mesmo assim chegamos à punção. 5 óvulos em perfeitas condições. Fiquei triste porque achei poucos e queria pelo menos a possibilidade de poder ficar com embriões congelados, coisa que acabou por não acontecer. Só no dia seguinte à punção contamos aos pais e restante família do tratamento e da taxa de fecundação.Seguia-se a transferência de embriões.
Dos 5 óvulos todos fecundaram e se começaram a dividir, Uma taxa de 100% que muito animou a equipa médica e biologas.
Ao segundo dia um dos embriões é descartado por fragmentação e ao terceiro dia depois da punção fiz a transferência de 2 embriões de classe B. Dos restantes dois um fica pelo caminho e o terceiro, no dia seguinte é também posto de parte.
Aguentei em casa sem nenhum tipo de esforços e com o mimo de todos, principalmente do marido e da mana, os 15 dias até ao beta hcg, para confirmar ou não a gravidez.
A meio do tempo percebi que não tinha sido desta vez que tinha ficado grávida. Comecaram as minhas enxaquecas habituais antes do periodo. Certinhas como sempre: 1 semana antes. E nesse dia chorei que me fartei pois sabia que neste ponto tinhamos chegado ao fim. Chorei, parei e ergui a cabeça.
Na sexta-feira, (faria a análise na segunda) faço um teste de urina em casa para confirmar as minhas suspeitas. Claro que deu negativo. Não derramei uma lágrima e sabia que estava preparada para o médico me chamar com o resutado na segunda-feira seguinte.
De domigo para segunda, antes mesmo de ir fazar a análise o periodo chega. Mesmo assim faço a análise para confirmar e juntar ao processo.
Continuo sem chorar. Na verdade também não me apetecia chorar. Falo com a médica que estava surpreendida com a minha reacção e falamos nas expectativas para o próximo ano. Tinha tudo para correr bem, mas não correu. Para o ano há mais.
Percebi que tinha 8 meses pela frente sem me preocupar em engravidar. Não queria recorrer já ao privado e fazer outro tratamento. Naquele momento não queria sequer ouvir falar da possibilidade de fazer outro tratamento. Precisava de me preocupar com outras coisas. Durante um mês tinha vivido apenas e só a pensar na gravidez. Agora já chegava.
Decidi preocupar-me comigo. Perdi cerca de 8kg porque sei que menos peso ajuda a conceber e também a melhorar os meus ovários políquisticos. Fomos passear. Sem nunca pensar me bebés, sem mágoas, sem dores, sem tristezas.
Depois do primeiro tratamento falhado, mudei radicalmente a minha forma de ver as coisas. Se tiver de ter um bébé terei. Mas se isso não acontecer sei que serei feliz na mesma, de outra forma, mas feliz na mesma. Deixei de me centrar tanto nisso e passei a viver muito melhor, comigo e com os outros.
Em novembro de 2012 sou novamente chamada para ver se está tudo bem, e é-me dito que o meu processo irá a reunião e que serei novamente chamada para iniciar tratamento logo no início de 2013.
Em dezembro tenho nova consulta onde me é dada a folha de tratamento para iniciar o protoculo curto para FIV assim que venha o periodo.
Dia 1 de Janeiro de 2013 vem-me o periodo e começo com as injecções de Puregon dia 3 de Janeiro - 150 unidades.
A primeiro eco de controle é realizada segunda-feira dia 7 de Janeiro. Tudo a correr bem, 7 folículos no ovário esquerdo, e 10 no ovário direito, com 3 óvulos a começarem a destacar-se.
Pela primeira vez, depois de outros dois tratamentos, tudo estava a correr bem desde o início. Nem fiu um ferrari (como disse o Dr. S aquando da hiperestimulação, porque "disparei" logo com as primeiras injecções de Puregon, nem fui lenta, como no nosso primeiro tratamento completo!)
Manter as 150 unidades até sexta-feira, dia 11 de Janeiro. E começar o Orgalutran na quarta-feira de manhã.
Amanhã haverá mais novidades. Para o que der ou vier!