terça-feira, 9 de abril de 2013

14 Semanas e rastreio bioquímico positivo

O que nenhuma futura mãe ou futuro pai querem ouvir. Aquela chamada que dizem só acontecer se algumas coisa estiver mal. E as palavras rastreio positivo, amniocentese, falsos positivos, esperar o melhor, todas no mesmo telefonema que nós, entretanto deixamos quase de ouvir, para simplesmente começarmos a chorar, a fazer festas na barriga e perguntar porquê.
Tudo isto aconteceu. Ontem, na véspera de fazer 14 semanas, o telefonema da minha obstetra para me informar que, apesar de uma ecografia com TN normal e presença dos ossos do nariz, o nosso rastreio bioquímico tinha tido um valor positivo. Isso significa uma probabilidade acima da média de poder vir a ter um bebé com trissomia 21. Não há certezas de nada, apenas uma probabilidade maior. Certezas só com a amniocentese.
Mas a aminocentese só pode ser feita a partir das 16 semanas. Faltam pelo menos 2 semanas. E o resultado demorará entre 2 a 4 semanas. Temos pelo menos um mês e meio de incertezas, de medo, de esperar o melhor mas prepararmo-nos para o pior.
Dizem que coração de mãe sabe. Pergunto-me agora se não seria por causa disto que nunca quis comprar roupas para o meu bebé, que não queria que me oferececem ainda nada para o bebé, que não queria a minha mãe a fazer mantas e lencois, e babetes e toalhinhas. Se não seria por perceber já que alguma coisa não estaria bem que nem queria dizer a ninguém que estava grávida, que pedia segredo, que tinha tanto medo de perder o meu bebé e que pensava em aborto retidos. Não sei, mas sempre ouvi dizer que coração de mãe sabe.
E eu conheço os casos de falsos positivos. Que tiveram os rastreio positivos e que depois da amiocentese os resultados estavam normais, que não passaram de sustos. Sei que são mais até do que aqueles com desfechos menos positivos que levaram à interrupção médica da gravidez.
No entanto o meu coração de mãe está aflito. E eu sinto-me neste momento a pessoa mais infeliz do mundo. O meu maior desejo está em "pause".
Demorei várias semanas a coseguir relaxar, a pensar que tudo ia correr bem, a conseguir imaginar o meu bebé. Demorei várias semanas a acreditar na minha garvidez. E agora, que o primeiro trimestre tinha chegado ao fim, que a ecografia só nos tinha trazido boas notícias e que eu conseguia finalmente respirar de alívio, o meu mundo caiu. E eu estou aqui num equilibrio muito, mas muito precário a tentar segurá-lo. E tenho de ficar assim 6 longas semanas...
Tenho medo do telefonema que confirme os meus maiores receios. Não sei como vou suportar uma interrupção da gravidez do meu bebé. Não quero que ele sofra, só o quero comigo e poder protegê-lo de tudo...e não posso. Não consigo parar de lhe pedir desculpa. Desculpa filho.
O que fazemos quando amamos tanto um bebé, quando desejámos tanto um bebé, quando lutamos tanto e tantos anos por um bebé e agora vimos, à frente dos nossos olhos a possibilidade de ter de rejeitar esta criança. De rejeitar quem já amamos, rejeitar quem já tem um nome, uma família, uma vida iniciada. Rejeitar um filho que já existe para nós. Como se ultrapassa isto?
Não sei como enfrentarei a desilusão dos meus pais, avós, sogros amigos e família ao dizer-lhes. A dor que não é só minha(nossa) mas que também será deles.
E depois, será que vou conseguir recomeçar? De passar por tudo novamente, sei lá durante mais quantos anos sempre com este desfecho na cabeça?
Eu sei que nada disto poderá acontecer, e que também se poderá dar a possibilidade de ter um desfecho positivo, connosco a respirar de alívio. Mas neste momento só tenho incertezas e medos.
A minha médica apesar de uma querida, e de ter sido ela a telefonar-me com a notícia, e a dizer-me que podia ser um falso positivo, não me falou de possibilidades. Nem me quis dizer o meu valor do rastreio. Disse-me só que se é positivo é positivo e não interessa os valores, só interessam agora as certezas da amniocentese. E disse ainda que se o resutado fosse mesmo o pior eu quereria saber. Para isso é que servem os exames e os rastreios. Não sei se me disse isto porque os resultados são mesmo maus, ou porque não vale a pena preocupar-me com um exame de probabilidades. Fiquei sem perceber, mas agora nem quero perceber. Quero apenas que estas semanas passem depressa.
(A curiosidade foi que, na sexta-feira mandaram-me ir à maternidade repetir o rastreio bioquímico. A desculpa que o meu sangue se tinha extraviado. Fiquei com a "pulga atrás  da orelha". E afinal tinha razão. Acharam os resutados do exame muito baixos e quiseram repetir para confirmar. Mas deviam ter-me dito a verdade depois de eu ter perguntado várias vezes se estava mesmo tudo bem.A minha obstetra confirmou o pedido de repetição do exame, o que me leve a crer em resultados mesmo muito maus!)

Hoje por uns segundos, quando acordei, depois de uma noite muito mal dormida, ainda pensei que tudo não tivesse passado de um "sonho". Mas depressa confirmei que este pesadelo é bem real. Estamos a vivê-lo.
Resta-me mais uma vez, colocar o que possa vir a acontecer nas mãos de Deus. Esperar pelo melhor enquanto me preparo, tanto quanto possível para o pior. Amar o meu bebé enquanto aqui está comigo e o posso proteger de tudo. Dizer que o amo. Muito. Sempre.

2 comentários:

liz disse...

Olá tive tds esses medos, anguntias. Realmente Só quem passa por essa situaçao é q a sabe o quanto é desesperador. Más Deus me deu a bênçao de ter um resultado feliz. E hj tenho um principezinho cheio de saúde .Desejo q vc tenha a mesma bênçao qnd tive. Q Deus ilumine seu resultado bjinhos e tdo de bom.

liz disse...

Olá tive tds esses medos, anguntias. Realmente Só quem passa por essa situaçao é q a sabe o quanto é desesperador. Más Deus me deu a bênçao de ter um resultado feliz. E hj tenho um principezinho cheio de saúde .Desejo q vc tenha a mesma bênçao qnd tive. Q Deus ilumine seu resultado bjinhos e tdo de bom.