segunda-feira, 15 de abril de 2013

O medo e as incertezas

Desde a notícia do rastreio bioquimico positivo que as coisas têm andado mais ou menos.
Por um lado, partilhei com muito poucas pessoas esta nova informação. E o que todos me gostam de dizer é que não conhecem nenhum caso de um rastreio bioquimico positivo que, depois da amniocentese feita tenha dado em alguma anomalia. E que um rastreio é só um rastreio, uma probabilidade aumentada que, em vez de 0,001%, passa para 1% e que se mantêm uma baixissima probabilidade na mesma apesar de se seguir para uma amniocentese.
Mas tenho um medo horrível do pior. Da incerteza de não saber. Do quase. De deixar todos à minha volta continuarem a amar este bebé sem lhes conseguir contar que há uma enorme incerteza pelo meio. Mas esta angústia que sinto, e estas 2 semanas que ainda faltam para fazer amniocentese não me deixa contar. Não quero que os meus pais, a minha irmã ou os meus amigos sintam também esta terrível incerteza, estes dias de espera que não passam. Quando chegar a hora, e se o pior se confirmar, obviamente que contarei. Mas para quê fazê-los passar por mais 3 ou 4 semanas de angústia?
Confesso que os ultimos dias têm sido mais fáceis de lidar, principalmente se pensar apenas nesta questão de uma forma matemática. Sendo assim, a probabilidade é realmente pequena e parece que fico mais descansada. E depois penso em como tudo estava óptimo na ecografia das 13 semanas e como esses 2 pequenos marcadores ecográficos, assim como a minha idade ser ainda inferior à de maior risco, me dá 90% de probabilidade de não ter um bebé com trissomia 21.
Não são certezas, longe disso, são ajudas para conseguir passar estes longos dias que faltam até dia 29, mais os dias que demorará a sair o resultado.
Mas hoje, hoje foi um dia mau. Acordei triste e a pensar no pior, quase sem esperança. Acordei derrotada e com vontade de chorar.
Há umas semanas atrás, quando andava com a paranoia dos abortos retidos, houve um dia em que depois de estar a pensar em coisas estúpidas, fui inundada por uma enorme calma. Assim como se tivesse a certeza de que tudo ia correr bem. E naquele momento tive a certeza de que os meus medos com o aborto retidos me estavam a impedir de viver em pleno a minha gravidez. E isso bastou-me para perceber que eram infundados e que TUDO ia correr bem. A única coisa que quero é pensar e sentir, e principalmente acreditar em relação a este rastreio positivo que me tirou novamente a alegria de viver esta gravidez tão desejada, que TUDO vai correr bem.O futuro pai acredita e eu quero muito acreditar com ele!
Mas a nuvem negra, a núvem da trissomia e da interrupção da gravidez não me deixa...

Sem comentários: